A Palavra "Umbanda"
É uma corruptela da palavra de origem sânscrita "Aumpram", que significa "conjunto das leis de Deus".
O sânscrito é um idioma ancestral que teve sua origem entre os árias da Índia, milhares de anos atrás. Esse idioma, inclusive, é considerado pelos linguistas como o tronco do qual se originaram todas os demais idiomas do mundo ocidental.
Só por aí já se pode perceber que o ideário da Umbanda remonta a tempos imemoriais, estando ligado às concepções religiosas trazidas à Terra pelos exilados de Capela e cultivadas já pelas primeiras civilizações que floresceram no planeta, notadamente pela civilização atlante, cujos sobreviventes se dispersaram pelo globo, após o cataclismo que pôs fim ao continente da Atlântida.
Um Equívoco Histórico.
Durante muito tempo se acreditou que a Umbanda era uma religião de origem africana, nascida da simplificação dos cultos de nação trazidos ao Brasil pelos escravos negros oriundos de diversos locais da África. Essa noção é errônea.
Na verdade, o conhecimento disseminado pelos Atlantes entre egípcios e etíopes se espalhou entre os povos subsaarianos e foi passado por tradição oral ao longo de milhares de gerações, perdendo, ao longo do caminho, a maior parte de seu conteúdo profundo original que foi substituído pelas crendices e tradições das tribos primitivas, dando origem a uma cultura religiosa que preservou alguns nomes e conceitos da filosofia primitiva - como a crença nos Orixás -, tendo, contudo, deturpado o restante.
Ao ser implantada no Brasil em 1908, os Espíritos Luminares da Corrente Astral de Umbanda preservaram muitos dos nomes originais que eram conhecidos no país através das práticas religiosas dos ex-escravos que praticavam o Candomblé. Daí surgiu a confusão.
Umbanda e Candomblé, entretanto, são religiões completamente diferentes - ambas legítimas, dignas, meritórias e respeitáveis, mas diferentes - em suas filosofias, seus princípios, suas crenças e suas práticas.
Umbanda possui princípios próprios, doutrina própria, ritos próprios, e uma essência que não se confunde com os ritos de nação, nem com qualquer outra crença religiosa.
Se, contudo, for necessária uma comparação, pode-se dizer que filosoficamente ela se aproxima mais do Espiritismo Kardecista, uma vez que muitos dos fundamentos das duas vertentes religiosas são idênticos.
Não queremos, com isso, tentar negar a influência e a participação da religião, das crenças, dos hábitos do escravo negro na gênese da Umbanda. Muito pelo contrário: admiramos profundamente a contribuição que os cultos de nação tiiveram no amálgama que veio a originar a doutrina umbandista, mas entendemos ser absolutamente necessário esclarecer que a essência da Umbanda difere em muito de sua origem sincrética.
A Essência da Umbanda.
Diferente do que tantos acreditam, Umbanda é uma religião ESSENCIALMENTE MONOTEÍSTA, que pauta sua existência na prática do bem e da caridade, nos moldes como o Cristo as preconizou.
É, portanto, uma religião cristã, que, até por isso, entende que todos os seres são irmãos, filhos de um único Deus, detentores do direito inalienável à vida, à integridade, ao respeito e ao amor fraterno.
Esses princípios se aplicam inclusive aos animais inferiores que são entendidos como irmãos em evolução como qualquer um de nós e, por isso, em Umbanda não se praticam sacrifícios desses seres, sob nenhum pretexto, sob nenhuma justificativa, por mais eloquente e convincente que seja. Quem sacrifica animais pode usar o rótulo, mas, na essência, não é umbandista. O único sacrifício pregado pela verdadeira Umbanda é o do orgulho e das paixões vulgares que nos afastam de nossa natureza divina.
Somos Espíritos.
A Umbanda entende que todos somos espíritos imortais, criados por Deus em estado de desconhecimento, ignorância total, encarnando em corpos materiais, tantas vezes, quanto se fizerem necessárias, a fim de adquirirmos gradativamente conhecimento intelectual, moral e espiritual, para que possamos, por força dessas aquisições, ascender na escala evolutiva, depurando-nos infinitamente, até que possamos gozar da felicidade reservada aos espíritos que atingiram a perfeição, partilhando com Deus a eterna tarefa da criação.
Percebe-se, portanto que a tese da reencarnação é um dos pilares da Doutrina Umbandista, o que implica dizer que tudo que se faz em Umbanda está sujeito aos imperativos da Lei de Causa e Efeito, donde deriva que a prática do bem faz retornar o bem, na medida do merecimento, assim como a prática do mal faz retornar o mal, na mesma medida.
A Prática Umbandista.
Nessa caminhada evolutiva, estamos em constante intercâmbio com o plano espiritual, de onde recebemos influências de entidades amigas que nos auxiliam, ou de desafetos que procuram nos prejudicar.
Todos os seres encarnados no planeta são suscetíveis a essas influências e a maioria das religiões tem conhecimento disso, tanto que sempre se acreditou em anjos da guarda, em gênios do bem e do mal, demônios e outras crenças similares.
Algumas pessoas, contudo, possuem uma maior capacidade de estabelecer contato com os irmãos desencarnados, através da faculdade mediúnica, que pode se manifestar através da visão, da audição, da intuição, ou da psicofonia, vulgarmente conhecida como incorporação.
Na Umbanda, trabalhadores espirituais organizados em legiões distintas (veja-se a matéria intitulada "As Sete Linhas") utilizam-se da faculdade mediúnica para comunicarem-se diretamente com os irmãos encarnados, trazendo aconselhamento, afastando espíritos menos esclarecidos voltados para o mal, aplicando passes energéticos, fazendo limpeza fluídica e produzindo cura de males físicos e espirituais.
Nesse trabalho, servem-se de uma simbologia que permite serem compreendidos e aceitos por quaisquer pessoas, independente de classe social, ou de nível sociocultural. Apresentando-se em roupagens simbólicas (veja-se "Formas de Manifestação"), distribuem alento, consolo, esperança e paz a todos os que procuram os terreiros de Umbanda em busca de auxílio.
Com gestos característicos e um linguajar despojado, muitas vezes marcado pelo sotaque do caboclo ou do escravo, semeiam a caridade material e espiritual, sem nada pedir em troca, além da fé, da sinceridade de propósitos e da reforma íntima dos consulentes.
Essa é a prática da verdadeira Umbanda.
É preciso que se acentue sempre: em Umbanda não se fazem despachos, nem trabalhos para produzir o mal a quem que que seja; em Umbanda não se fazem amarrações para o amor, procurando aproximar pessoas artificialmente, nem trabalhos para destruir casamentos, ou relacionamentos de qualquer tipo; em Umbanda não se manipulam energias para trazer riqueza súbita a ninguém. Quem quer que assim proceda, está acumulando débitos para si e para os outros e, se assim procede usando o nome de umbandista, ou está equivocado, ou está mentindo.
Umbanda é luz, Umbanda é paz, Umbanda é amor, Umbanda é harmonia com Deus, com o semelhante, com a natureza e com o universo. Qualquer coisa que fuja disso, pode até usar o nome, mas, com absoluta certeza, NÃO É UMBANDA.