AS SETE LINHAS DE UMBANDA

A Administração do Universo

Na obra de Deus, nada é aleatório, nada é anárquico, tudo obedece a uma vontade inteligente e direcionada para aquele fim.

Todas as religiões, mesmo as mais primitivas admitem que os fatos acontecem em harmonia com uma vontade maior, que a tudo administra. Afirma-se, mesmo, que não cai uma folha de uma árvore sem que Deus o saiba e o permita.

Assim, sem tentarmos entender a natureza de Deus, que ainda é superior a nossa capacidade de compreensão e entendimento dos fenômenos, podemos e devemos assumir como verdade absoluta e inquestionável que Ele é a causa primária de todas as coisas tangíveis e intangíveis, que todos os fatos, desde os mais inexpressivos, até os mais significantes, obedecem inexoravelmente à Sua vontade soberana e onipotente.

Para compreendermos como Ele faz isso, como administra o Universo infinito, precisamos entender que Deus é energia; energia inteligente. Dessa forma, Ele vibra constantemente, expressando sua vontade onipotente através de ondas que se propagam por toda a extensão infinita do Universo, regulando todos os fenômenos. Essas ondas, ou vibrações emanam diretamente da Divindade e são também chamadas de Vibrações Originárias, ou Vibrações Básicas.

Essas vibrações básicas são em número de sete, o que corresponde a dizer que Deus comanda o Universo através de sete faixas de onda que permeiam tudo o que existe, levando sua vontade a todos os cantos.

Os antigos árias - descendentes dos atlantes - chamavam essas vibrações originárias de "Purushá", cujo significado mais apropriado é "Consciência Pura" e que expressa a ideia de um princípio espiritual, transcendental absoluto, o que corresponde a "Vontade de Deus". À medida que a ideia se transmitia de geração em geração, entre os africanos, o termo purushá foi sofrendo corruptelas, até se transformar em orixá, que em iorubá significa literalmente "guardião da cabeça", numa alusão à influência exercida por essas vibrações sobre o comportamento das pessoas.

 Os Auxiliares de Deus.

 Nos mundos perfeitos, habitados por espíritos puros e altamente evoluídos, seus habitantes são capazes de receber autonomamente tais vibrações e executarem diretamente as ordens do Criador, mas, em mundos inferiores como a Terra, Deus conta com a colaboração direta de espíritos de altíssima hierarquia, verdadeiros luminares, que são incumbidos de receber, interpretar e fazer executar a vontade soberana, colaborando, dessa forma, diretamente na obra da criação e da administração dos mundos. Esses espíritos (dentre os quais figura Jesus) são na verdade administradores do planeta e, muitas vezes, são administradores de sistemas planetários inteiros, tal sua capacidade e seu grau de elevação na ordem da evolução.

Embora com capacidade para tal, não executam a tarefa sozinhos; ao invés disso, colocam sob sua orientação direta, espíritos de hierarquia imediatamente inferior, atribuindo-lhes a administração das tarefas correlatas a cada uma das sete vibrações, pois cada uma dessas vibrações se subdivide em inúmeras subvibrações, assim como um determinado espectro de onda se subdivide em frequências intermediárias.

É assim que essa cadeia de comando se multiplica, com espíritos de menor grau de evolução sendo encarregados de tarefas mais simples, até chegar aos chamados espíritos elementais que auxiliam no controle dos fenômenos da natureza.  O próprio Kardec recebeu do Espírito de Verdade a confirmação desse fato, que figura em O Livro dos Espíritos, livro II, Capítulo IX, título IX.

Assim se formam verdadeiras organizações no Astral, sendo que para administrar as ordens inerentes a cada uma das Vibrações Originárias, cria-se uma cadeia ou LINHA de comando. Como as vibrações originárias são em número de sete, na terra existem SETE LINHAS que formam a chamada Corrente Astral de Umbanda.

 As Sete linhas da Umbanda.

Cada uma dessas linhas, como já dissemos, é comandada por um espírito de alta hierarquia cujo nome não sabemos, porque nunca foi revelado, mas, com absoluta certeza, um deles é Jesus, nosso Cristo planetário.

Como as tribos que preservaram o conhecimento trazido pelos atlantes eram muito primitivas e incapazes de alcançar o real significado de alguns fatos por demais abstratos, aconteceu, aos poucos, uma confusão entre o conceito de orixá e os espíritos comandantes de linhas: como não compreendiam exatamente o que era uma vibração, entendiam que orixás eram divindades e passaram, então a personificar os orixás, o que é uma impropriedade. Resta então dizer que os comandantes de linhas não são orixás; são espíritos que administram os orixás que, por sua vez não são entes, mas vibrações oriundas diretamente de Deus.

Desfeito o equívoco, deve-se explicar, então que cada Orixá ou Linha possui um único chefe maior. Esse chefe maior tem sob seu comando direto, sete outros espíritos de hierarquia imediatamente inferior. São os chamados Chefes de Legião, ou como popularmente se diz, "orixás" de primeiro grau. Dessa forma, cada linha se divide em sete legiões.

Cada chefe de legião ou "orixá" de primeiro grau tem sob seu comando direto sete espíritos de hierarquia imediatamente inferior que são chamados Chefes de Falange ou "orixás" de segundo grau. Então, cada legião se divide em sete falanges, o que equivale a dizer que uma linha possui sete legiões e quarenta e nove falanges.

Cada chefe de falange tem sob seu comando direto, sete espíritos de hierarquia imediatamente inferior, também chamados de Chefes de Sub Falange, ou "orixás" de terceiro grau. Isso nos dá trezentas e quarenta e três sub falanges por linha. Somente até o terceiro grau as entidades recebem a designação imprópria de "orixás"

Cada chefe de sub falange comanda sete entidades de hierarquia imediatamente inferior, que são chamados de Chefes de Grupamento, ou "Guias". Esses guias são entidades de quarto grau na escala hierárquica. São, ao todo, dois mil quatrocentos e um grupamentos em cada linha.

A partir do quinto grau encontramos os espíritos chamados de protetores e que são também os que se manifestam nos centros de Umbanda. A escala continua crescendo com base sete até o sétimo grau e, a partir daí, ainda pode continuar crescendo, sempre em base sete, em subgrupamentos afins, pois a ninguém é vedado o direito de trabalhar e contribuir na obra de Deus, desde que reúna condições para tal e demonstre um desejo sincero de fazê-lo.

Isso faz com que haja sempre espíritos entrando na Corrente Astral de Umbanda. Aliás, assim tem de ser, porque, do quarto grau para baixo, os espíritos ainda estão sujeitos à reencarnação compulsória e quando há um reencarne, ocorre naturalmente uma promoção, atendendo sempre ao merecimento e ao grau de evolução já alcançado pelo espírito.

Os atlantes davam nomes a cada uma dessas vibrações originárias e, ainda que com distorções, os nomes que chegaram até nós foram: Oxalá (ou Orixalá), Ogum, Xangô, Oxóssi, Iemanjá, Yorimá e Yori. Após o ressurgimento da Umbanda no Brasil, em 1908, e o estabelecimento das formas básicas de manifestação, a subdivisão das linhas ficou assim estabelecida:

As linhas de Oxalá, Ogum, Xangô, Oxóssi e Iemanjá são linhas de Caboclos. isso significa que todas as entidades que se manifestam sob essas vibrações se apresentam com a roupagem de caboclos. A linha de Oxóssi agrega Caboclos e de Caboclas, e a linha de Iemanjá agrega tão somente Caboclas.

A linha de Yorimá é uma linha de Pretos Velhos e a maioria das entidades que se manifestam sob essa vibração ostentam a roupagem de Preto Velho, mas há que se ressaltar que também os caboclos de Obaluaê se manifestam dentro da vibração de Yorimá.

A linha de Yori é uma linha de Crianças, o que equivale a dizer que todas as entidades que se manifestam nos terreiros sob essa vibração ostentam a roupagem de Criança.

Ressalte-se que o fato de se apresentar numa linha de caboclos não significa necessariamente que a entidade tenha tido uma encarnação como índio americano. Na verdade, grande parte dos espíritos que se apresentam nessas linhas nunca foram índios, mas reúnem condições de realizar o trabalho destinados aos espíritos que sob tais vibrações se agregam. O mesmo vale para as linhas de Pretos Velhos e de Crianças.

Outro ponto que deve ficar bem claro é que, nos trabalhos de Umbanda, as entidades que se manifestam através da mediunidade de psicofonia (incorporação) são, em sua esmagadora maioria, entidades de quinto, sexto e sétimo graus na escala das respectivas linhas. Em circunstâncias muito especiais, podem se manifestar entidades de quarto grau (guias), mas, para que isso aconteça é necessário um médium com extraordinária capacidade de sintonia.

Nenhum médium atuante na Umbanda pode ter a pretensão de trabalhar ou receber os espíritos de primeiro, segundo ou terceiro graus na escala, visto serem entidades de elevadíssimo padrão vibratório. A presença desses espíritos nos trabalhos se verifica através da emanação fluídica, já que seu grau de evolução já lhes permite projetarem fluidicamente sua influência em vários pontos simultaneamente.

Esclareça-se, finalmente que, em Umbanda, ninguém recebe orixás. Os médiuns recebem Caboclos, Pretos Velhos e Crianças, trabalhadores da Corrente Astral de Umbanda, mensageiros dos luminares, que vem até nós executar trabalhos caritativos em nome de Deus e de seus Comandantes maiores.

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