A Propósito do Universalismo

Muito se fala sobre o fato de ser a Umbanda uma religião universalista. Poucos, contudo, compreendem o sentido profundo dessa palavra. Quando o Caboclo das Sete Encruzilhadas inaugurou - através da mediunidade de Zélio - a Umbanda em território brasileiro, deixou claro que, nessa nova religião nascente, não haveria discriminação de qualquer tipo e que as portas estariam abertas a todos aqueles que a ela acorressem. A razão última dessa determinação é que, a despeito de quaisquer diferenças, somos todos igualmente filhos do mesmo pai, em qualquer rincão desse universo infinito.

Jesus, ao resumir os mandamentos em dois, frisou: "Amar a Deus sobre todas as coisas, e ao próximo como a si mesmo". É curioso perceber, contudo, que todos os grandes homens fundadores de doutrinas filosófico-religiosas deixaram mandamento semelhante a esse, antes e depois do Cristo. Parece haver um consenso sobre a validade e a importância desse sentimento de universalismo e de fraternidade.

Ramatis, no livro Jardim dos Orixás (*), através da mediunidade de Norberto Peixoto, fez uma enumeração desse mandamento, da forma como ele é enunciado nas diversas doutrinas religiosas espalhadas pelo planeta. Vale transcrever:

Universalismo

"Tudo quanto quereis que os homens vos façam, fazei-o também a eles." Jesus

"Não faças aos outros aquilo que, se a ti fosse feito causar- te-ia dor." Hinduísmo

"Não faças ao teu semelhante aquilo que para ti mesmo é doloroso." Lei Judaica

"Considera o lucro de teu vizinho como o teu próprio e seu prejuízo como se também fosse teu." Lao Tse

"Não faças aos outros aquilo que não queres que eles te façam." Confúcio

`De cinco maneiras um verdadeiro líder deve tratar seus amigos e dependentes: com generosidade, cortesia, benevolência, dando o que deles espera receber e sendo tão fiel quanto sua própria palavra." Buddha

"Ninguém pode ser crente até que ame seu irmão como a si mesmo." Maomé

“julga aos outros como a ti julgas. Então participarás dos Céus." Sikhismo

"Na felicidade e na infelicidade, na alegria e na dor, precisamos olhar todas as criaturas assim como olhamos a nós mesmos." Mahavira

"A natureza só é amiga quando não fazemos aos outros nada que não seja bom para nós mesmos." Zoroastro

"Bem-aventurados os que temem magoar outrem por pensamento, palavras e obras." Sufismo

Como umbandistas, devemos estar cientes dessa verdade sagrada e entender que a Lei de Amor é a principal porta que podemos abrir no caminho da evolução, tendo claro ainda que a Lei do Retorno é implacável e que teremos de volta todo o mal que praticarmos contra nossos irmãos.

*PEIXOTO, Norberto/Ramatís. Jardim dos orixás. 2a. edição. Limeira. Editora do Conhecimento, 2004.

Retornar ao início

Retornar à página "Artigos Doutrinários"