Yemanjá

A LINHA DE YEMANJÁ

Aspectos Gerais da Linha.

Para iniciar, deve-se salientar que Iemanjá é uma vibração. Uma das sete vibrações emanadas diretamente do Criador, portadoras de suas ordenações para o equilíbrio do Universo como um todo.

Sendo assim, fica fácil perceber que Iemanjá não é um ser, uma entidade, uma divindade, como muitos acreditam, em virtude do sincretismo religioso.

A palavra "Iemanjá" significa "o princípio duplo gerante, o eterno feminino". Por analogia, com esse significado, também se convencionou chamar a vibração de "A Divina Mãe do Universo".

Em suas ordenações está o princípio que atua no feminino, coordenando a fecundação e a reprodução eterna de tudo que existe. Além disso e como consequência, é também uma vibração de amor sublimado, de proteção, de doação, de equilíbrio e de paz.

Sua influência sobre os encarnados se dá através do Chakra Ajnâ, ou Plexo Frontal, cuja representação gráfica encontra-se à esquerda.

No domínio dos fenômenos naturais, a vibração traz em suas ordenações o controle do elemento água, seja qual for a sua forma. Atua sobre os biomas marítimos, fluviais, lacustres, sobre águas salgadas e doces, dirigindo os espíritos elementais ligados à água, a fim de que esses sítios vibracionais preservem sempre seu equilíbrio.

Na Umbanda é uma linha de Caboclas. Não se sabe quem é o dirigente máximo da Linha e, pode até mesmo ser o Espírito Maria, mãe de Jesus em sua encarnação missionária, mas não existe certeza com relação a esse fato e a ligação que se estabelece nesse sentido está baseada unicamente no sincretismo, vez que os escravos utilizavam a imagem de Maria para cultuar seu Orixá, sem ser perturbado em seus cultos. Na verdade, a imagem que ficou gravada no inconsciente das pessoas é de uma bela sereia saindo da água, que rapidamente foi associada com Nossa Senhora Aparecida, pelo fato de a imagem dessa última ter sido encontrada no Rio Paraíba do Sul e estar, portanto, associada à água.

A Linha possui sete Chefes de Legião, subordinadas diretamente ao dirigente máximo. São eles:

1- Cabocla Yara ou Mãe D'Água

2- Cabocla indayá

3- Cabocla Nanã-Buruquê

4- Cabocla Estrela do Mar

5- Cabocla Oxum

6- Cabocla Iansã

7- Cabocla Sereia do Mar

As Legiões se dividem em falanges, as falanges se dividem em subfalanges e as subfalanges se dividem em grupamentos. Num trabalho de Umbanda, quando se canta para Iemanjá, as entidades que se manifestam, incorporando nos médiuns, são sempre Caboclas que geralmente estão no grau de protetoras - o que as coloca na condição de integrantes de grupamento - e não uma divindade, como se costuma acreditar. A linha de Iemanjá apresenta uma peculiaridade: as Chefes de Legião chamadas Cabocla Oxum, Cabocla Iansã e Cabocla Nanã-Buruquê são cultuadas à parte, como se fossem uma Linha independente, mas isso não é verdade. Essas entidades comandam legiões e não linhas, por isso, todas as caboclas que vem nessas vibrações, embora atuando numa subfaixa vibratória, estão enfeixadas na Vibração Originária Iemanjá. Muitas explicações poderiam ser dadas para essa divisão, mas, certamente, a mais coerente e racional reside no fato de que as quatro legiões restantes atuam na água salgada, no mar, enquanto as três que se individualizam comandam forças diferentes, tais sejam: Oxum - rios e cachoeiras, Iansã - ventos e tempestades, Nanã - lagos e pântanos. As Caboclas assumem nomes diferentes, conforme a Linha em que se enfeixem, assim, na Linha de Iemanjá encontraremos os seguintes nomes:

Cabocla Janaína*, Cabocla do Mar*, Cabocla Guaraciaba*, Cabocla das Ondas*, Cabocla Jaciema*, Cabocla Potira, Cabocla Jaciaba*, Cabocla Sete Luas, Cabocla Cinda, entre outras.(1)

As Caboclas de Iemanjá são delicadas, carinhosas, maternais, apresentam-se movendo os braços circularmente à frente do tórax, como se estivessem sob a água. Entoam cânticos que são verdadeiros mantras e que são geralmente associados ao famoso e lendário cântico das sereias. Manifestam-se em médiuns de ambos os sexos, uma vez que também os homens possuem o equilíbrio energético dito Yin, o princípio feminino da natureza. Na essência, assim como acontece em todas as linhas, as entidades que se manifestam nessa roupagem não necessariamente tiveram uma encarnação como índias americanas, pois Cabocla é um arquétipo e o que realmente importa é a sintonia e a preparação para o trabalho.

Correspondências Vibratórias da Linha.

  • Cor representativa: Azul água-marinha.
  • Dia da semana favorável: Segunda-feira.
  • Astro correspondente: Lua.
  • Signo correspondente: Câncer.
  • Nota musical correspondente: Si.
  • Metal correspondente: Prata. (pode ser usado na confecção de guias)
  • Minerais correspondentes: Ametista, quartzo rosa, pedra da lua, ágata rosa e amarela, pérola, água-marinha, opala, rodocrosita e kunzita.
  • Flor consagrada: Rosa branca.
  • Ervas correspondentes: Lágrima de Nossa Senhora, trevo, unha de vaca, picão do mato, açucena e chapéu de couro (existem outras, mas aqui citamos sete que podem ser usadas em banhos ou amacis).
  • Data comemorativa: 15 de agosto.

Instrumentos de Culto.

Na Umbanda o único instrumento de culto utilizado pelas Caboclas de Iemanjá é a guia, confeccionada em contas de cristal azul, que podem ser intercaladas com brancas ou transparentes.

Pontos cantados.

Os pontos cantados para a Vibração Iemanjá são, em geral, melodiosos, de ritmo mais suave. As letras de um modo geral falam do mar, de sereias, de ondas e de areia, sempre convergindo para realçar a majestade de Iemanjá.

Pontos riscados.

Na linha de Iemanjá os pontos riscados obedecem às normas da chamada "Grafia dos Orixás". Assim, os pontos fazem a identificação das entidades através de sinais de "flecha", "chave" e "raiz". Nessa linha, os sinais são assim grafados:


Saudação a Iemanjá.

A saudação à Vibração Iemanjá é: "Odo Fê Iaba!".

(1) Todos os nomes de Caboclas marcados com asterisco foram copiados do site Caboclos na Umbanda e Ancestralidade indígena, acessível em http://caboclosnaumbanda.blogspot.com/search/label/NOMES%20DE%20CABOCLOS

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