Yori
Aspectos Gerais da Linha
Começaremos dizendo que Yori é uma vibração emanada diretamente da Divindade, assim como todas as outras que formam as sete linhas de Umbanda. Não se trata, portanto de uma divindade, ou uma entidade especial; é tão somente uma vibração.
Entendido isso, podemos, então, acentuar que "Yori" significa "A Potência em Ação da Luz Reinante". Essa vibração traz em suas ordenações o desejo de crescimento através do aprendizado contínuo, a busca da verdade, da sinceridade, aliada ao senso de fraternidade pura que irmana todos os seres procedentes da mesma fonte criadora.
Na ordem dos fenômenos naturais, governa o crescimento, o despontar da vida em todas as suas formas de manifestação. Por isso é arquetipicamente simbolizada pelas Crianças. Sua influência sobre os encarnados se dá através do Chakra Visuddha, ou Plexo Cervical, cuja representação gráfica encontra-se à esquerda.
Na Umbanda é uma Linha de Crianças. Não se sabe ao certo quem é o dirigente máximo da Linha, mas temos como certo que não são os Espíritos Cosme e Damião, como se convencionou acreditar, em virtude do sincretismo que associou os gêmeos ao Orixá em questão, a fim de que se pudesse viabilizar seu culto.
É absolutamente certo que no comando absoluto de uma Linha, qualquer que seja, existe unicamente um Espírito de altíssima hierarquia. Até por essa razão, fica clara a impossibilidade de termos duas entidades exercendo essa função que, na essência deve pertencer a uma só. Por outro lado, é possível que esses dois espíritos estejam enfeixados em alguma das falanges da Linha, caso militem realmente na Corrente Astral de Umbanda. De qualquer forma, não se sabe se por influência da simbologia, há entidades que se manifestam nos terreiros atendendo pelos nomes de Cosme e Damião.
- A Linha possui sete Chefes de Legião, diretamente subordinados ao dirigente máximo. São eles:
1- Tupanzinho
2- Ori
3- Yariri
4- Doum
5- Yari
6- Damião
7- Cosme
As Legiões se dividem em falanges, as falanges se dividem em subfalanges e as subfalanges se dividem em grupamentos.
Num trabalho de Umbanda, quando cantamos para Yori, as entidades que se manifestam incorporando nos médiuns são sempre Crianças que estão, geralmente, no grau de integrantes de grupamento. Não são, portanto, divindades, como comumente se pensa, e nem muito menos aquilo que se convencionou chamar de "encantados".
É necessário entender que encantados não existem, nem nunca irão existir, pois Deus não criou seres diferenciados, fazendo com que alguns passassem pela experiência da encarnação e outros não passassem. Deus é acima de tudo Justiça e, por isso a criação não foi injusta. Todo e qualquer espírito, em qualquer rincão do Universo infinito está, ou já esteve sujeito à Lei de Reencarnação. Mesmo aqueles que por sua hierarquia inimaginavelmente elevada, são chamados por muitos de "arcanjos" ou "serafins" foram um dia homens ignorantes e carentes como nós hoje somos. Somente o mérito conseguido pelo burilamento das imperfeições é capaz de nos elevar na escala espiritual. Todos, sem nenhum tipo de exceção encarnam e reencarnam, aqui ou em outros orbes. Isso é inexorável, não se discute nem se duvida.
As entidades que militam nessa Linha assumem nomes diversos. Como exemplo, listamos os seguintes nomes:
Joãozinho, Pedrinho, Mariazinha, Ritinha, Aninha, Paulinho, Cosminho, Rosinha, Clarinha, Chiquinho, Tomezinho, entre outros.
As Crianças se manifestam de maneira extremamente peculiar: chegam pulando, batendo palmas, cantando, dançando, pedindo doces, balas, bolo e refrigerante. Essa alegria acaba por contagiar todos os que estejam presentes, trazendo ao terreiro um clima de descontração e felicidade, que na verdade fazem parte da vibração básica da Linha.
Nas consultas, as crianças são boas ouvintes e também falam com bastante intensidade e com bastante proveito. Porém, não se pode esquecer que uma das características mais marcantes da infância é a sinceridade autêntica, por isso, ao se consultar com uma Criança, esteja preparado para ouvir a verdade, mesmo aquelas verdades que porventura causem bastante desagrado, pois se tiverem conexão com o assunto que estiver sendo tratado, elas virão à tona de forma bem natural e espontânea.
Necessário lembrar, finalmente, que as entidades que se apresentam nessa Linha não são necessariamente Crianças, afinal a roupagem é apenas um arquétipo. O que importa mesmo é a sintonia com a vibração e a capacidade de executar o trabalho.
Correspondências Vibratórias da Linha.
- Cor representativa: Rosa.
- Dia da semana favorável: Quarta-feira.
- Astro correspondente: Mercúrio.
- Signos correspondentes: Gêmeos e Virgem.
- Nota musical correspondente: Dó.
- Metal correspondente: Mercúrio (pode ser usado na confecção de guias)
- Minerais correspondentes: Granada, safira, rubi, amazonita, turmalina vermelha, esmeralda, ágata vermelha e turquesa.
- Flor consagrada: Crisântemo branco.
- Ervas correspondentes: Anil, amoreira, salsaparrilha, manjericão, alfazema, abre caminho e arranha-gato (existem outras, mas aqui listamos sete que podem ser usadas em banhos e amacis).
- Data comemorativa: 27 de setembro.
Instrumentos de Culto.
O único instrumento de culto normalmente utilizado pelos trabalhadores dessa linha é a Guia, confeccionada em contas de porcelana ou cristal, de cores rosa e branca. Eventualmente, contudo, algumas entidades podem requerer outros instrumentos, como chupetas, ou algum brinquedo específico.
Pontos Cantados.
Os pontos cantados para a Linha de Yori são alegres, de ritmo bastante simples, similar ao de cantigas de roda ou outras canções infantis. As letras são bastante elementares, falam de motivos infantis, como alegria, brincadeiras, entre outros.
Pontos Riscados.
Os pontos riscados na Linha de Yori obedecem às normas estabelecidas na "Grafia dos Orixás", fazendo a identificação das entidades através dos sinais de "flecha", "chave" e "raiz". São assim grafados:
Saudação
A saudação à Vibração Yori é: "Oni, Beijada!"